River Time: Explorando o Pacific Northwest

Quando o Co-Director of Toughness, Mark e eu chegamos ao Pacific Northwest – PNW (região noroeste dos Estados Unidos) no final de novembro de 2016, nenhum de nós sabia o que esperar. Chegamos em um país das maravilhas do inverno, mais neve do que o PNW já havia experimentado um dia e até mesmo uma tempestade de gelo. Nós encaramos pistas de esqui, colocamos parafusos em nossos tênis para tração e até fizemos alguns anjos na neve. Quando o sol começou a aparecer e os dias ficaram mais longos, pegamos a estrada para uma viagem pelo interior da PNW.

Nossa primeira parada foi o rio Klamath, que flui do sul do Oregon até o norte da Califórnia e termina por desaguar no Oceano Pacífico. Nos encontramos com guias de expedição incríveis do Momentum River Expeditions, que ao longo do dia nos explicaram e nos deram dicas como remar através das corredeiras, para logo em seguida, carregar nossas roupas e equipamentos em caiaques infláveis.

Nossa primeira parada foi o rio Klamath, que flui do sul do Oregon até o norte da Califórnia e deságua no Oceano Pacífico.

Já no rio, quando tinha momentos de águas mais calmas, eu podia realmente olhar ao meu redor. Altos e finos pinheiros subiam pelo cânion interrompendo o amplo céu azul acima de nós. Patos voavam logo acima da água em busca de sua próxima refeição e cervos caminhavam ao longo das margens do rio. Nós remamos por uma boa parte do Clear Creek, um afluente do Klamath. Fiel ao seu nome (algo como “afluente transparente”), a água correu cristalina e flertando abaixo de nós em torno das rochas, podíamos ver pequenos peixes nadando. Em certo ponto, olhei para cima e avistei uma águia-americana (bald ego) empoleirada regiamente em um galho, examinando o rio, o primeiro que eu vi em minha vida. Ao longo de dois dias no rio, ainda vimos três águias-americanas e outras duas águias douradas.

Estávamos completamente fora de área, os celulares guardados em sacos e nenhum sinal de telefone, mesmo que quiséssemos. Eu remei com admiração, seguindo nosso guia Tyler, através de uma série de corredeiras e perguntando-lhe sobre cada árvore e suas características. Tyler falou sobre como o fato de ser um guia dificulta não pensar em conservação, quando você está no meio de uma beleza tão épica, você quer compartilhá-la com os outros, para que todos saibam o quanto ela é digna de nossa proteção. Ao nos encontrarmos ao longo do rio, me vi pensando muito sobre o que significava explorar um lugar tão bonito. O único momento que eu não estava maravilhada com a beleza ao meu redor era quando eu tinha que me concentrar de permanecer dentro da barco, enquanto navegávamos pelo rio.

Passamos de um redemoinho para uma forte correnteza, tentando aprender o comportamento do rio enquanto nos equilibrávamos e navegávamos por entre e sobre as rochas. A força do rio não deve ser subestimada e até mesmo a corrente menos imponente pode fazer você girar inesperadamente. Quando chegamos a grandes corredeiras, eu repetia alguns lembretes para mim mesma: “vá até as ondas, reme com força, o rio vai tentar forçá-lo para fora, não pare de remar”. Havia um conjunto de corredeiras em que Mark e eu olhamos um para o outro e sabíamos que estávamos afundando. Nós puxamos nossos caiaques até a praia e seguimos em frente caminhando.

Passamos do redemoinho para a forte correnteza, tentando aprender o comportamento do rio enquanto nos equilibrávamos e navegávamos por entre e sobre as rochas.

Nós estávamos atingindo o dente de dragão, assim chamado porque há uma rocha irregular saindo do centro do rio. Precisávamos nos esforçar para ir para a direita entre a rocha e a margem do rio e então inclinar nossos caiaques para a esquerda e remar para não sermos atingidos na margem direita, pois o rio rapidamente virava fazia uma curva. Com um movimento rápido, subimos de volta em nossos caiaques e começamos a remar. Lá estava eu passando por mais algumas ondas, quando de repente me vi remando bem em cima de uma onda de quase 2,5m (8 pés), e me inclinando para frente. Milagrosamente, de alguma forma, nós dois conseguimos passar sem virar. Eu ouvi Mark gritando de alegria e eu estava sorrindo e limpando a água do rosto em completo choque. Eu tinha certeza que desta eu não passaria!

Mas não se preocupe, eu também tive algumas quedas. Acontece tão rápido, em um minuto você está no caiaque e no minuto seguinte você está submerso e sendo levado pela água. Eu levei a sério o que o nosso guia disse sobre fazer o possível para conseguir se virar nesses casos e em duas das três quedas eu consegui rapidamente pegar meu remo e me puxar de volta para o barco. Mas em um ponto porém, eu estava sob o caiaque e não tive escolha a não ser me render e pedir ajuda para minha equipe resgatar meu barco, enquanto isso eu tive que nadar com dificuldade até a praia.

Mas não se preocupe, eu também tive algumas quedas.

É um pouco assustador encontrar-se fora do seu barco e no meio de um rio com uma forte correnteza. É muito importante ter sempre todos os seus equipamentos de segurança prontos e apertados, você nunca sabe quando uma onda pode mandá-lo para fora do barco, mas até mesmo as quedas foram realmente muito divertidas. Caiaque no PNW foi uma experiência incrível, ser capaz de acampar nas praias e ter espaço suficiente para levar a minha rede de dormir ao longo da jornada fez as noites ao lado do rio inesquecíveis.

Deixamos o rio… mas a viagem continua! Fique ligado.